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Luizinho Mesquita

Hoje seria o aniversário do ídolo do Tricolor Paulista, Luizinho Mesquita.

Contarei um pouco sobre sua vida pessoal e esportiva.

Nascido e registrado como Luís Mesquita de Oliveira, no dia 29/03/1911, na cidade do Rio de Janeiro, Luizinho teve sua data de nascimento cercada por dúvidas. Até este ano, o SPFC acreditava e comemorava seu nascimento no dia 21/03. No entanto, através de uma certidão de casamento, descobri que ele nasceu, de fato, no dia 29/03/1911. Informei o historiador do SPFC, e essa informação será corrigida.

Luizinho nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, e teve seis irmãos. Teve apenas um filho. Como nasceu durante uma viagem de seus pais, logo retornaram ao Paraná, onde cresceu em Curitiba até os 12 anos de idade.

Aos 12 anos, sofreu de reumatismo grave e foi morar com sua avó e sua tia Ângela, que era médica, em São Paulo, capital. Como Curitiba era uma cidade muito fria e chuvosa, a mudança foi uma tentativa de melhorar sua saúde. Estudou o ensino primário no Colégio Público Caetano de Campos, no bairro da Consolação. Lá e nas ruas de São Paulo, começou a bater bola e se interessar por futebol.

No ginásio, estudou no Colégio Anglo-Brasileiro, na Vila Mariana, um colégio administrado por ingleses que já não existe mais. Logo se destacou e passou a jogar com crianças mais velhas. Participou de campeonatos entre os colégios de São Paulo e chamou a atenção ao jogar contra o segundo time do Paulistano.

Torcedor do Paulistano, Luizinho impressionou os jogadores Caetano e seu irmão Clodô, que o convidaram para treinar no clube em 1928. Assim, ingressou na equipe mais famosa e vitoriosa do Brasil. Foi campeão jogando pelo segundo time e pelo time principal do Paulistano, participando da conquista do Campeonato Paulista de 1929. O artilheiro daquele campeonato foi Arthur Friedenreich, com 16 gols. Luizinho, reserva do incrível ponta-direita Formiga, teve apenas uma oportunidade: no último jogo do campeonato, na goleada de 6×0 sobre o Antártica, marcou o último gol da partida. Como reconhecimento, recebeu um título de sócio do Paulistano.

Luizinho foi um dos fundadores do São Paulo Futebol Clube. No entanto, por discordar de algumas decisões, não assinou a ata de fundação, razão pela qual não é considerado um fundador oficial. Na época, tinha 19 anos e seus pais eram contra que jogasse profissionalmente e recebesse salário, pois queriam que ele fizesse faculdade e seguisse uma profissão tradicional. Contudo, com o falecimento de seu pai e a saída de seus irmãos de casa, a situação mudou.

Pelo São Paulo FC, Luizinho jogou na primeira partida-treino: São Paulo FC A 4×1 São Paulo FC B – 02/02/1930 – Estádio Chácara da Floresta.

E no primeiro jogo oficial da história do clube: São Paulo 0x0 Ypiranga – Campeonato Paulista – 16/03/1930 – Estádio Chácara da Floresta.

Em 1930, marcou 15 gols em 31 jogos pelo Tricolor Paulista, deixando o veterano Formiga no banco. Ficou atrás apenas de Arthur Friedenreich, que fez 36 gols em 31 jogos.

 

 

No ano seguinte em 1931, no primeiro título da história do SPFC, Luizinho fez 16 gols em 26 jogos, novamente atrás apenas de Friedenreich, que marcou 35 vezes.

Em 1932, Luizinho fez 17 gols em 18 jogos, um feito grandioso para um ponta-direita. Só ficou atrás de Araken Patusca, com 18 gols em 18 jogos. Apesar de sua performance, o SPFC foi vice-campeão.

Luizinho e SPFC foram campeões de um torneio organizado pelo clubes:
Troféu Campeão/Taça CR Tietê
SPFC 3×1 América RJ – hat-trick de Arthur Friedenreich

Em 1933, teve mais uma grande temporada, marcando 19 gols em 31 jogos, ficando atrás apenas de Waldemar de Brito (49 gols em 32 jogos) e Araken (24 gols em 29 jogos).

Em 1934, fez 8 gols em 16 jogos e, novamente, foi vice-campeão paulista. Nesse mesmo ano, disputou a Copa do Mundo de 1934, mas a seleção brasileira foi eliminada na primeira partida, ao perder por 3×1 para a Espanha.

Curiosamente, seu irmão Carlos, estudante de medicina, chegou a jogar pelo Estudantes, mas desistiu para se dedicar aos estudos. Luizinho, por sua vez, recusou convites do Clube de Regatas Tietê e do Clube Atlético Estudantes de São Paulo, alegando desorganização.

Heitor Marcelino o convidou para jogar no Palestra Itália (atual Palmeiras). No início, achou a ideia absurda, mas acabou aceitando uma proposta de 10 contos e um salário de 800 cruzeiros por mês. Enquanto estudava de manhã e trabalhava à tarde na Caixa Econômica Federal, treinava sozinho às 4h da manhã para manter o físico. Eventualmente, faltava às aulas para treinar.

Jogou no Palestra Itália de 1935 a 1941, marcando 122 gols em 164 jogos. Foi campeão paulista em 1936 e 1940 e do Campeonato Paulista Extra em 1938. Disputou também a Copa do Mundo de 1938, participando de dois jogos.

Retornou ao São Paulo em 1942, formando um grande ataque ao lado de Leônidas da Silva, Waldemar de Brito, Noronha, Teixeirinha, King e Remo.

 

 

Em 1943, com a chegada de Sastre, integrou o time quase imbatível que conquistou o Campeonato Paulista. No jogo decisivo contra o Palmeiras (0x0), Luizinho foi titular.

O jogo do título foi São Paulo 0x0 Palmeiras.
O time do SPFC nesse jogo – King; Piolim e Virgílio; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo Januzzi e Pardal. Técnico: Joreca.

Em 1944, o SPFC foi vice-campeão, mas Luizinho terminou como artilheiro do Campeonato Paulista, com 22 gols. No total, fez 26 gols em 28 jogos naquele ano.

 

 

Em 1945, conquistou o terceiro título paulista, marcando 11 gols em 14 jogos, e perdeu a titularidade para Rubén Barrios.

No jogo do título Luizinho foi titular e fez 2 gols na vitória de 3×2 sobre o Ypiranga.
Time do SPFC nesse jogo – • Gijo, Piolin, Armando Renganeschi; Bauer, Zarzur e Rui; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo Januzzi e Teixeirinha. Técnico: Joreca.

 

 

Em 1946, foi campeão paulista invicto com 15 gols em 24 jogos. O time teve um aproveitamento de 92,5%, sem derrotas.

O jogo do título foi Palmeiras 0x1 São Paulo – 10/11/1946
Jogo disputado no Pacaembu
SPFC jogou com – Gijo; Piolim e Armando Renganeschi; Ruy, Bauer e Noronha; Luizinho (capitão), Antonio Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha.
Técnico: Joreca
Gol: Armando Renganeschi
Foi também campeão e jogou no jogo
São Paulo 2×1 Vasco da Gama – Taça Amizade – Torneio oficial organizado pelas federações
O único jogo oficial valendo título do SPFC “rolo compressor” x Vasco “expresso da vitória.

Em 1947, já disputando a titularidade com Barrios e Ferrari, jogou apenas uma partida, sua despedida pelo Tricolor: São Paulo 1×4 Atlético Mineiro – Amistoso – 03/06/1947 – Pacaembu.

Na época era o jogador com mais gols e jogos pelo tricolor do Morumbi

Faleceu em 27/12/1993.

Um jogador que merece muito mais reconhecimento da torcida do São Paulo. Conquistou os quatro primeiros títulos do Campeonato Paulista e dois torneios entre campeões de SP e RJ. Pela Seleção Brasileira, disputou 18 jogos e marcou 5 gols.

No total, fez 263 jogos e 173 gols pelo SPFC, com 177 vitórias, 51 empates e 35 derrotas.

É o 6° maior artilheiro da história do SPFC

É o 3° jogador que mais fez gols no Campeonato Paulista

2° maior artilheiro contra o Santos – 17 gols em 19 jogos- 0,89 – E tem 16 vitórias, 3 empates e nenhuma derrota

2° maior artilheiro contra o Corinthians – 12 gols em 23 jogos – 0,52 -13 vitórias,6 empates e 4 derrotas

Fez 5 gols em um jogo em SPFC 11×0 Internacional-SP – Campeonato Paulista 1932

Fez 4 gols em 1 jogo por 3 vezes

SPFC 8×2 SP_Railway – Campeonato paulista 1944

SPFC 7×1 Barretos-sp – Taça Argemiro Oliveira 1946

SPFC 7×0 Juventus-SP – Campeonato Paulista 1946

7° jogador com mais vitórias em clássicos estaduais -34 vitórias em 66 jogos

5° mais gols marcados em clássicos nacionais – 48 gols em 104 jogos

3° jogador com mais gols em clássicos estaduais – 33 gols em 66 jogos

3° Mais jogos marcando gol em clássicos estaduais – 25 jogos

 

Crédito de imagens e informações para o texto:

Site oficial do São Paulo Futebol Clube

Museu da Imagem e do Som de São Paulo

Almanaque do São Paulo – Raul Snell Jr e José Renato Santiago Jr

 

Pesquisador sobre a história do SPFC e do futebol brasileiro do século 20. Mais conhecido como @Friedenreich_ ( no twitter/X) ou Pátria das Chuteiras (YouTube, Instagram,Tik tok)

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