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QUEREM VENDER A GALINHA DOS OVOS DE OURO…

Salve, salve, nação Tricolor!

Hoje quero falar sobre um assunto que tem me preocupado: a possível “venda das categorias de base” do São Paulo Futebol Clube. Afinal, é assim que eu enxergo um eventual acordo da gestão Casares com o empresário grego Evangelos Marinakis.

O contrato não está claro — como, aliás, acontece com boa parte das decisões dessa gestão. Buscando informações, encontrei a explicação do jornalista Alexandre Praetzel, que resumidamente seria a seguinte:

“O São Paulo receberia R$ 250 milhões imediatos de um fundo administrado pela Galápagos Capital. Desse valor, R$ 200 milhões seriam destinados a reinvestimento na base, melhorias no CT e contratações de jogadores, enquanto R$ 50 milhões serviriam para pagamento de dívidas.

O acordo teria validade de cinco anos. Caso o São Paulo conseguisse vender um bilhão de reais em atletas da base nesse período, o clube receberia mais R$ 100 milhões de bônus. Além disso, o empresário grego traria seu próprio departamento de scout para trabalhar em Cotia e, a partir da assinatura, teria direito a 30% de todas as vendas de jogadores formados na base.”

Mas a falta de informações claras preocupa. Algumas questões precisam ser respondidas:

  • Jogadores que já estão no profissional, como Lucca, Henrique Carmo e Maik, fariam parte do acordo?

  • Os garotos que hoje atuam na base entram na negociação ou valeria apenas para novos atletas contratados com recursos do fundo?

  • E os valores que o clube ainda tem a receber via mecanismos de solidariedade da FIFA, também entram no bolo?

Esses pontos são fundamentais para se ter uma posição honesta sobre o negócio.

Vale lembrar: mesmo mal administrada e subutilizada no profissional nos últimos anos, a base ainda rende muito dinheiro ao Tricolor. Fiz um levantamento das duas últimas temporadas, com dados disponíveis na internet.

Em 2024:

  • Tales Costa: R$ 6,26 milhões

  • Lucas Perri: R$ 4,03 milhões

  • Diego Costa: R$ 37,50 milhões

  • Gabriel Sara: R$ 15 milhões

  • Juan: R$ 5,42 milhões

  • David Neres: R$ 5,07 milhões

Total aproximado: R$ 73 milhões.

Em 2025:

  • Willian Gomes: R$ 55 milhões

  • Rodrigo Nestor: R$ 9,40 milhões

  • Ângelo: R$ 32 milhões

  • Kauê: R$ 2 milhões

  • Matheus Alves: R$ 39 milhões

  • Lucas Perri: R$ 2,97 milhões

  • Tuta: R$ 2,88 milhões

  • Lucas Ferreira: R$ 63,40 milhões

Total aproximado: R$ 206 milhões.

Somando os dois anos, o clube arrecadou em torno de R$ 270 milhões com atletas da base — mesmo com gestão ruim e uso limitado no profissional, especialmente no período Zubeldía.

Agora, a grande questão:

Vale a pena vender 30% da galinha dos ovos de ouro por cinco anos, recebendo praticamente o que já faturamos em apenas dois?
Ou seria melhor recuperar Cotia com uma gestão séria, dar oportunidade aos garotos no time principal e voltar a ter uma base referência no futebol mundial?

No meu entender, todo acordo que ajude a diminuir dívidas pode ser positivo. Mas este, em especial, pode ser mais prejudicial do que benéfico. Afinal, dos R$ 250 milhões, apenas R$ 50 milhões seriam usados para pagar dívidas — e convenhamos, isso é uma gota no oceano do passivo tricolor.

Quanto a investimentos, é claro que sempre são necessários. Mas vale lembrar: já temos uma das melhores estruturas do país. O que falta, na verdade, é gestão competente, não apenas tijolo e cimento.

Portanto, tudo dependerá das cláusulas do contrato. Mas, olhando o cenário atual, não me parece um bom negócio para o São Paulo.

Fiquem bem,


Guine!

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