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GASTOS DE G4, FUTEBOL DE Z4.

 

ONDE ESTÁ O PLANEJAMENTO?

Salve, nação tricolor.

E o São Paulo se prepara para mais um final de temporada melancólico. Após cair na Copa do Brasil e na Libertadores, o clube foi derrotado ontem, no Morumbi, pelo Ceará, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro.

Levando em conta o histórico dos últimos anos, os desfalques e o fato de que alguns times que estão atrás do Tricolor na tabela têm jogos a menos, podemos estar dando adeus à briga por uma vaga na Libertadores de 2026.

O São Paulo chegou ao momento decisivo da temporada sem poder contar com os quatro maiores salários do elenco. Pelo que apurei: Oscar recebe cerca de R$ 2 milhões por mês (Terra), Lucas ganha R$ 1,8 milhão (R7 Sports), Calleri recebe R$ 1,3 milhão (R7 Sports) e Luiz Gustavo tem salário de R$ 900 mil (GOAL).

Pode haver uma ou outra discrepância, afinal salários e direitos de imagem nem sempre são informações claras para o torcedor. Mas, entre as várias fontes pesquisadas, é fato que esses são os maiores salários do clube.

E cada um deles, por diferentes motivos, não estão disponíveis no momento mais importante da temporada — quando o São Paulo foi eliminado nas Copas e agora na reta final do Brasileirão.

É claro que não dá para prever lesões, mas, tratando-se de um elenco com média de idade elevada, a probabilidade de problemas físicos e o tempo de recuperação são naturalmente maiores.

No caso do São Paulo ainda há a questão da preparação física e do departamento médico. Ali não tem idade: vai de Ryan Francisco a André Silva, passando por Lucas e Calleri. É evidente que existem fatalidades, como os casos de Oscar e Luiz Gustavo, mas quando somamos essas fatalidades à falta de planejamento, o resultado é o que temos visto: elencos com jogadores caros, mas quase nunca disponíveis.

Além disso, a falta de planejamento é gritante. O clube, de forma acertada, optou por um modelo para reduzir as dívidas via FIDC, mas na contramão continua investindo em jogadores caros como Oscar, James Rodríguez, Lucas, Luiz Gustavo, Calleri, entre outros — e não aposta na base, que deveria ser a principal fonte de renda do clube.

Ou seja: para se adequar ao FIDC e diminuir as dívidas, o natural seria montar times mais baratos, com “operários”, sem favoritismo a títulos, mas apostando na base. No entanto, o São Paulo escolheu o pior dos mundos: tem um dos elencos mais caros do país, não briga por títulos, não aposta na base e ainda é limitado tecnicamente.

Não existe planejamento. A gestão é ruim, às vezes até temerária. Nem vou entrar nos equívocos de dispensas, contratações e demissões de técnicos, que só prejudicam ainda mais o uso de reforços e jogadores da base.

O São Paulo de Júlio Casares pode ser definiso como: gastos de G4, futebol de Z4.

É isso.

Guine

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