JOSÉ POY
José Poy, um dos maiores goleiros da história do São Paulo Futebol Clube.
Nasceu no dia 16/04/1926, em Rosário, Argentina
Na adolescência tinha um time de várzea com os primos.
Aos 13 anos começou a treinar nas divisões inferiores do Rosário central.
Ele foi descoberto por um olheiro do clube na sua escola.
Ele já jogava como goleiro, só que chegando lá quis jogar na linha.
No primeiro ano nas categorias de base, jogava de meia direita.
No segundo ano, o goleiro se machucou e ele acabou voltando para o gol.
O seu sonho era jogar de atacante, fazer gols.
A oportunidade de jogar no time principal aconteceu por volta de1943.
Ele jogava na terceira divisão do futebol Argentino.
Um dia, depois de acabar um jogo, o técnico avisou que ele iria jogar novamente no time principal.
O goleiro tinha se machucado e apareceu a oportunidade.
Os três primeiros jogos já foram clássicos, contra River Plate, Boca Juniors, San Lorenzo.
E com ele, o Rosário conseguiu a façanha de ganhar um e empatar dois jogos.
Empatou com o River em zero a zero, que tinha uma constelação de craques como Moreno, Pedernera, Labruna, a famosa máquina.
O time foi recebido com festa, banda de música na estação de trem em Rosário.
Nesse ano fez parte da seleção juvenil da Argentina que disputou uma copa américa.
E ele foi campeão pela Argentina.
Em 1946 o Rosário Central veio fazer uma excursão no Brasil.
Poy, era o titular do time, o técnico Vicente Feola ficou impressionado com ele e o convidou para jogar no SPFC.
José Poy, só conhecia Montevideo, nunca tinha viajado para outro país, não sabia nada sobre o Brasil.
Ele logo se apaixonou pelo Brasil, principalmente pela cidade de São Paulo.
Infelizmente o clube não o liberou e ele continuou no Rosário Central, ele tinha 20 anos de idade.
Até que em 1948 trocou de treinador, e o novo comandante trouxe o seu goleiro de confiança.
Poy, disse que o goleiro era muito bom, melhor do que ele.
Insatisfeito com a reserva, conversou com Antônio Sastre e ele ligou para Feola e contou a situação atual de Poy.
Novo convite para vir para o tricolor paulista.
Mentiu dizendo para o clube do Rosário que ia jogar na Colômbia, na famosa liga pirata.
Fez alguns testes e foi aprovado.
Enfim, os dirigentes do São Paulo entraram em contato com o clube argentino e compraram o seu passe em definitivo.
Ele conta que foi como trocar a noite pelo dia.
Na Argentina tinha que trabalhar meio período no ministério de guerra do exército, trabalhava como eletricista.
No São Paulo , encontrou um clube organizado, mais profissional.
Quando chegou em São Paulo , morou primeiro em um hotel na Xavier de Toledo, no centro, até arrumar um apto dois meses depois.
Mudou para o bairro de Santana, onde morou por 25 anos, ele já era casado.
Até mudar novamente para Santo Amaro.
Treinava no bairro do Canindé, na época a concentração era cercada pelo rio, tinha até uma ponte.
As equipes de remo e atletismo também treinavam nesse local.
Ele ia de bonde ou de ônibus para treinar.
Isso até comprar um carro da marca chevrolet.
Eles treinavam de terça a sexta-feira, somente pelas manhãs.
A tarde era livre, assim como as segundas feiras.
Concentravam toda sexta-feira à noite, em jogos mais importantes a concentração começa na quinta-feira.
Só que ele não ficava em casa, vendia cadeiras cativas, títulos patrimoniais, fazia publicidade para o spfc, ajudando na construção do estádio do Morumbi.
Teria vendido 8 mil cadeiras cativas.
Ele conta que poucos acreditavam no projeto do estádio, achavam que não conseguiriam terminar.
A diversão com a família era ir ao cinema ou a praia em Santos.
Amava assistir filmes de ação, com detetives.
Isso foi antes da chegada da televisão.
Brilhou muitas vezes no Pacaembu.
Tricampeão Paulista 1949,1953 e 1957
Estava na inauguração do Morumbi e foi capitão do time, no jogo do dia 02/10/1960
SPFC 1×0 Sporting Lisboa
56.448 pessoas que lotaram o estádio do Morumbi ainda inacabado.
Um dos seus arrependimentos foi não ter visto os filhos crescerem.
O seu filho se formou em engenharia e a sua filha em magistério.
Era sócio e foi durante anos como conselheiro do SPFC.
Dizia, afirmava que era São Paulino de coração, até o fim da vida.
Não foi campeão pelo São Paulo apenas como jogador, como técnico foi campeão em todas as categorias, dente de leite, dentinho, juvenil, etc.
Entre 1964 e 1982,foi técnico em vários períodos tendo sido campeão paulista em 1975, vice nacional em 1971 e em 1973, vice da Libertadores em 1974 e vice paulista em 1982. Comandou o time por 422 partidas, sendo o terceiro técnico que mais treinou o Tricolor do Morumbi
Não quis escalar o seu SPFC de todos os tempos.
Comentou do orgulho de ter sido escalado em duas votações como goleiro do time titular da história do tricolor.
Foi questionado para citar grandes jogadores que ele jogou ou viu.
Falou de Zizinho e Canhoteiro, Bauer, mauro, de Sordi e outros.
Disse que era argentino de nascimento e brasileiro de coração.
José Poy, faleceu em 08/02/1996 aos 69 anos de idade.
Foi um dos maiores São Paulinos da história.
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