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NEM TUDO É CULPA DE ZUBELDÍA

Salve, salve, nação tricolor!

Para começar, quero deixar claro: não sou fã do trabalho do Zubeldía. Defendi sua contratação em janeiro de 2024, mas, com o tempo, percebi que sua escolha foi um erro, especialmente por ser um técnico estrangeiro chegando no meio de uma temporada conturbada. Hoje vejo nele um treinador taticamente limitado, que apenas deu continuidade ao trabalho fraco de Carpini. Porém, nem tudo é culpa dele.

Quero falar sobre o uso da base, tema que tem gerado polêmica com a venda de William Gomes e as notícias de que Maik, Matheus Alves e Ferreira não serão aproveitados no profissional. Nas redes sociais, o técnico é apontado como o principal culpado. Mas pergunto: ele não quer usar os garotos ou simplesmente é conveniente não usar?

Maik é um lateral promissor, mas o clube já conta com Igor Vinícius, Moreira e o recém-contratado Cédric, além de Ferraresi, que também é utilizado na posição e Felisberto que era titular na base. Subir Maik nessas condições significa deixá-lo encostado. Faz mais sentido mantê-lo na base.

Matheus Alves enfrenta situação parecida. Na meia, Zubeldía tem Oscar, Lucas e Luciano como titulares. Rodriguinho é a quarta opção. Subir Matheus para ser o quinto da fila não parece ser uma escolha lógica.

Ferreira, no ataque, também enfrenta uma forte concorrência: Calleri, André Silva, Ferreirinha, Erick, Ryan Francisco e Henrique Carmo. São seis jogadores para, no máximo, duas vagas. Assim, ele dificilmente teria espaço.

O mesmo vale para Negrucci e Hugo. Na volância, o elenco conta com Alisson, Pablo Maia, Luiz Gustavo, Bobadilla, Marcos Antônio e Santi Longo. Com tantas opções experientes, as chances reais de esses garotos serem utilizados são mínimas.

Não sei se Zubeldía tem experiência em lançar jogadores da base, mas, no São Paulo atual, com o elenco superlotado e cheio de “medalhões”, ele dificilmente teria respaldo para apostar nos jovens. A diretoria não montou o time pensando na base. Pelo contrário, cada posição tem pelo menos duas opções experientes, o que dificulta qualquer oportunidade para os garotos.

Embora eu não goste do técnico, consigo entender o motivo pelo qual ele não aposta na base. Sem planejamento e com essa gestão de futebol, a tendência é que muitos talentos acabem saindo de graça ou por valores baixos.

Em última instância, mesmo que a diretoria optasse por priorizar a base, retirasse a influência dos líderes do elenco e, ainda assim, os garotos não fossem aproveitados, a responsabilidade não seria inteiramente de Zubeldía. Afinal, como subordinado, ele responde a ordens superiores. Caso optasse por desobedecê-las, a demissão seria a consequência inevitável.

É isso que penso sobre o assunto.

Guine.

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