O PROJETO SÉRIE B
Salve, salve, nação tricolor.
Hoje quero fazer um resumo dos acontecimentos gerados pela atual administração do São Paulo. Desde sua posse, erro após erro, escolha após escolha, a diretoria vai apequenando e endividando o clube, a ponto de vermos os torcedores mais preocupados do que nunca com um possível rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Tudo começa na posse.
Em janeiro de 2021, logo após a posse, o time — que até então brigava pelo título brasileiro — passou um mês inteiro sem vencer e viu suas chances de título irem pelo ralo. Foi noticiado na época que existia um acordo entre Alexandre Pássaro e o grupo de jogadores para o acerto de salários atrasados. A nova diretoria não teria honrado o combinado, e isso teria impactado diretamente o desempenho dentro de campo.
Nossa Copa do Mundo
Após o fracasso no Brasileirão, a diretoria teria feito um novo acordo com o elenco: quitar os atrasados e não conceder férias aos jogadores (já que, por conta da pandemia, a temporada 2020 terminou em meados de fevereiro). Como consequência, o Tricolor de Crespo conquistou o título paulista. Mas a conta chegou…
O Paulistão custou a temporada.
A falta de férias e os métodos da comissão técnica de Crespo, que não conheciam o futebol brasileiro, somados a notícias de novos atrasos salariais, detonaram o trabalho do treinador. O São Paulo foi eliminado nas Copas e passou a flertar com o rebaixamento no Brasileirão.
A chegada do salvador.
Com a temporada perdida, restava apenas evitar a queda. A diretoria então convocou Rogério Ceni, que aceitou o desafio e voltou ao Tricolor com o único objetivo possível: manter o clube na Série A. E ele conseguiu.
Um lapso de bom senso.
Em meio a um mar de decisões ruins, 2022 trouxe um breve lampejo de racionalidade. Rogério aceitou o desafio de ajudar o clube a reduzir sua dívida: usou garotos da base, jogadores baratos e se instituiu um teto salarial. Ceni virou uma espécie de manager, atuando até na melhoria da estrutura física do clube. O resultado: o time chegou a duas finais e uma semifinal na temporada — um desempenho excelente dentro de campo.
Sai Ceni, fica Marcos Paulo.
Além de fazer um bom 2022, Ceni ainda faria um último serviço em 2023: uma profunda reformulação no elenco. Apesar das dificuldades no Paulistão (causadas por uma série de desfalques no DM), o grupo montado por ele viria a ser campeão da Copa do Brasil. Mas Ceni não suportou a pressão de parte da torcida e da mídia tricolor e caiu, o grupo teria pedido sua cabeça após uma discussão ríspida com Marcos Paulo. Sai Ceni, fica Marcos Paulo. Chega Dorival e um “ajuste de rota” viria em seguida.
Vamos gastar!!!
Mesmo com Dorival time ia mal no Brasileirão e foi eliminado na Sul-Americana. Na Copa do Brasil, perdeu o primeiro jogo da semifinal para o Corinthians por 2×1. Uma eliminação seria catastrófica e, para evitá-la, a diretoria resolveu gastar: trouxeram James Rodríguez e, depois, Lucas. O teto de gastos e o projeto de austeridade foram para o espaço. Mas o inédito título da Copa do Brasil veio.
A insanidade completa.
Com o título da Copa do Brasil, começou uma nova fase: a era da insanidade. Além de manter Lucas e James com salários altíssimos, o clube passou a “valorizar” jogadores como Calleri, Luciano, Alisson, Rato, entre outros. O buraco financeiro só aumentou. Para 2024, o clube contratou: Bobadilla, Erick, Ferreirinha, Luiz Gustavo, André Silva; mais adiante, chegaram Marcos Antônio, Ruan, Jamal Lewis, Sabino e Santiago Longo.
O Campeão voltou!
Um clube que voltava a conquistar títulos, com vários reforços e jogadores voltando do DM. Havia esperança de que 2024 fosse o ano da virada. Afinal, com um elenco tão reforçado, voltávamos à Libertadores. Mas então… Dorival foi embora.
Uma temporada jogada no lixo.
Com a saída de Dorival, o projeto afundou junto. A diretoria contratou Thiago Carpini: um técnico menor que o elenco campeão e que virou fantoche nas mãos dos líderes. Foi um dos piores erros da gestão. Carpini fracassou no Paulistão e caiu assim que o time começou a patinar no Brasileiro e na Libertadores.
Errar é humano, permanecer no erro…
Se a escolha de Carpini foi ruim, a de seu sucessor foi ainda pior. Zubeldía chegou no meio da temporada com um time “pronto e preparado” e se tornou mais um refém dos líderes. Conseguiu vitórias contra adversários frágeis e criou uma expectativa exagerada em parte da torcida. A realidade, porém, se impôs: o São Paulo caiu nas quartas da Copa do Brasil, nas quartas da Libertadores e, após um fim de Brasileirão medíocre, terminou em sexto lugar — o máximo que o elenco mais qualificado da década conseguiu com o técnico argentino.
Mais um ano jogado fora.
Apesar do fracasso em 2024, o clube manteve Zubeldía. Sob seu comando, fez uma reformulação equivocada: alegando cortes por conta do FIDC, dispensou atletas de salários baixos e manteve os mais caros. Contratou Oscar, que hoje tem o maior salário do time, renovou com Luiz Gustavo e trouxe Cédric e Wendell. Resultado: começou o ano com um elenco caro, curto, velho, mal treinado e com um número alarmante de lesões.
O planejamento para a temporada foi catastrófico: desde a permanência de Zubeldía, passando pela viagem aos Estados Unidos, pela insistência em improvisações com Lucas e Oscar, e por não testar a base no Paulistão. Apesar da boa campanha na Libertadores — explicada pela fragilidade dos adversários — o clube fracassou no Paulista e hoje flerta com o rebaixamento no Brasileirão.
O legado de Zubeldía
Seu legado? Um time em queda, flertando com a zona da degola. Zubeldía saiu, e Hernán Crespo voltou. Mas o argentino encontra um cenário desolador: elenco curto, entre saídas e lesões ele perde ainda: Alves, Ruan, Igor Vinícius e Ryan Francisco. A única “chegada” foi Tápia…
Contenção de danos.
Crespo chega para conter danos. Entra num ambiente tenso, com torcida desiludida, diretoria perdida, elenco curto e desacreditado. Perdeu na estreia para o Flamengo. Sua meta é clara: evitar o rebaixamento. Curiosamente, esse foi o mesmo objetivo de sua saída em 2021. Mais uma prova de que essa é, de fato, a pior gestão da história do São Paulo — ou, como alguns dizem: no São Paulo, a próxima é sempre a pior…
O custo da má gestão:
Entre 2021 e 2024, a gestão Júlio Casares acumulou um déficit de aproximadamente R$ 429 milhões — praticamente dobrando a dívida histórica do clube. Isso não é pouca coisa. Esse resumo tenta mostrar como o São Paulo chegou a essa situação. Moralmente, o clube já foi rebaixado. Ainda não caiu em campo por conta da força de sua torcida, mas se depender desse grupo político, é só uma questão de tempo.
O projeto Série B está posto, esse grupo político tem “trabalhado” por isso, mas para nossa sorte nem todos os projetos são garantia de êxito e a força da torcida, do técnico e do elenco podem, mais uma vez, salvar o São Paulo.
Fiquem bem,
Guine.
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