POR QUE A TROCA DE TÉCNICO NO SÃO PAULO VIROU ROTINA?
Salve, salve, nação tricolor!
Hoje quero falar sobre um tema que assola as redes sociais e todos os ambientes tricolores: a troca de treinador.
Sempre que isso acontece — e no São Paulo acontece muito — parte dos torcedores inicia um debate inútil e desnecessário sobre os problemas do clube, que são conhecidos por todos. Mas, no que cabe a nós, torcedores, creio que devemos ser práticos.
É sabido que o maior problema está na gestão. A dívida do clube só cresce e já se fala em atrasos de pagamento para os jogadores. Por óbvio, o presidente é o grande responsável. No futebol, é visível que os treinadores não têm o devido respaldo da direção para tomar decisões, e isso passa pela inaptidão de Carlos Belmonte e Muricy. A maioria das pessoas que se propõe a entrar nesse debate sabe — ou deveria saber — disso.
Em virtude dessa incapacidade da direção, o clube e o time sofrem as consequências. Temos um elenco envelhecido, caro e curto, com algumas figuras de prazo de validade vencido. Ao contrário da reformulação promovida por Ceni em 2023, que foi positiva para o clube, neste ano erraram demais: ficaram jogadores que deveriam sair, e saíram jogadores que seria melhor ter mantido.
Se a direção é falha e o elenco foi mal reformulado, o trabalho do técnico foi a pá de cal neste início de ano. Ele não rodou o elenco no Paulistão e não aproveitou o torneio para dar ritmo aos garotos da base. Pelo contrário, abusou de usar os titulares, em especial Oscar e Lucas, quando qualquer trabalho minimamente competente deveria focar em encontrar substitutos para ambos ao longo da temporada.
É sabido que o São Paulo sem essa dupla é um time normal, de meio de tabela. Também é sabido que, ao longo da temporada, em muitas oportunidades, não poderemos contar com eles. Logo, o trabalho deveria ter sido voltado para buscar alternativas. Mas não. O foco de Zubeldía foi único e exclusivamente encontrar um sistema de jogo que acomodasse Oscar, Lucas, Luciano e Calleri juntos.
O resultado prático desse trabalho já vimos ontem. Sem Lucas e Oscar — fato que se repetirá muitas vezes —, Zubeldía não sabia quem escalar e montou o time em uma espécie de 3-5-2 sem criação. Afinal, os jogadores de criação, Rodriguinho e Matheus Alves, que deveriam ser opções para substituir Oscar, não ganharam minutagem suficiente para se ambientar ao profissional. O mesmo vale para Lucas: seus substitutos naturais seriam Erick (que já foi embora) ou Lucas Ferreira, que não teve rodagem. O técnico simplesmente não sabe o que fazer sem os dois.
Para finalizar, é sabido que os problemas estão em todos os setores, desde a diretoria, passando pelo departamento de futebol, até um elenco envelhecido e curto. O ciclo se fecha com uma comissão técnica sem criatividade que, aqui de longe, parece refém dos líderes do grupo.
Pensando na temporada atual — afinal, já estamos em abril —, não vejo possibilidade de reformulação no elenco, já que isso foi feito recentemente, com a aprovação de muitos torcedores, diga-se de passagem. Na diretoria, uma mudança é inviável, pois o clube praticamente não tem oposição. Logo, o que resta para tentar salvar a temporada?
Sim, acertou quem disse: mudar a comissão técnica. Esse tem sido o expediente das últimas temporadas porque é a única opção possível.
Claro que, no mundo ideal, teríamos uma diretoria melhor, pessoas mais qualificadas cuidando do futebol e um elenco bem planejado. Mas não estamos no mundo ideal. Estamos no mundo do São Paulo Futebol Clube. Um clube mal gerido, com um elenco mal planejado e um técnico ruim. Como não é possível solucionar todos os problemas, resta-nos apenas conter os danos.
Fiquem bem,
Guine.
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