Salve, salve, Nação Tricolor!

Como sempre digo, só começo a analisar o trabalho de um treinador depois do décimo jogo. É nesse ponto que já temos elementos suficientes para fazer uma avaliação justa e honesta e hoje vou falat sobre o trabalho de Crespo.

Antes de tudo, vamos ao contexto. Crespo chegou ao São Paulo para trabalhar com um elenco curto — como diziam seus defensores: Zubeldía “tirava leite de pedra”. Desde a chegada de Crespo, saíram Ruan, Matheus Alves, Igor Vinícius e Lucas Ferreira. Além disso, perdemos Ryan Francisco por lesão. Para compensar, chegou apenas o atacante Tapia.

Nesse cenário, assumindo o time no meio da temporada, Crespo já passou por praticamente todas as situações possíveis nesses dez primeiros jogos: recuperação no Campeonato Brasileiro, readaptação de jogadores encostados e até uma eliminação na Copa do Brasil.

Brasileirão

A principal missão de Crespo era afastar o time do Z-4. Depois de uma derrota para o Flamengo e um empate contra o Red Bull Bragantino, o São Paulo conseguiu cinco vitórias consecutivas — contra Corinthians, Juventude, Fluminense, Internacional e Vitória da Bahia.

O primeiro turno terminou com 28 pontos. Para alcançar 46 e garantir a permanência na Série A, ainda precisamos de 18 pontos no segundo turno. Essa é, hoje, a nossa conta.

Copa do Brasil

Fomos eliminados pelo Athletico Paranaense, atualmente na Série B. No Morumbi, vencemos por 2 a 1. No Paraná, perdemos por 2 a 0 e caímos nos pênaltis. Vale lembrar que Rafael foi expulso com apenas três minutos de jogo. Na minha opinião, essa expulsão — equivocada — acabou influenciando não só a partida, mas também a eliminação.

Libertadores

Na Libertadores, o São Paulo foi até Medellín enfrentar o Atlético Nacional, um adversário muito difícil de ser batido em casa. Na primeira fase, eles venceram Bahia, Internacional e Nacional do Uruguai jogando lá.

Mesmo assim, o Tricolor conseguiu um empate importante, mesmo com dois pênaltis contra e duas bolas na trave. Jogando no Morumbi, temos boas chances de avançar de fase.

Balanço dos dez jogos

Até aqui, Crespo soma seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Foram 14 gols marcados e oito sofridos, com aproveitamento de 67%. Esses números servem apenas como referência, mas já mostram um trabalho que:

• recuperou o time no Brasileirão;

• voltou vivo da Colômbia na Libertadores;

• e, apesar da eliminação na Copa do Brasil, apresenta mais pontos positivos do que negativos.

Luciano, na posição certa, voltou a ser decisivo. Bobadilla, Wendell, Rodriguinho e Luan, antes encostados, estão sendo readaptados. Mesmo com um elenco mais curto que o de Zubeldía, Crespo consegue bons resultados em campo.

Considero esse início de trabalho muito positivo. Até a eliminação na Copa do Brasil tem um lado construtivo: sabemos que o São Paulo não tem elenco para disputar três competições ao mesmo tempo. Essa saída precoce, embora frustrante para torcedores e ruim financeiramente, pode permitir uma recuperação completa no Brasileirão e uma campanha sólida na Libertadores.

O elenco que já era curto agora é ainda menor. Teremos desfalques por lesões, suspensões e convocações. Essa é a realidade do São Paulo hoje. Crespo sabia bem onde estava se metendo. E se Zubeldía conseguia “tirar leite de pedra”, Crespo precisará lidar com produtos já manufaturados, prontos para uso.

Fiquem bem.

Guine.

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